Pausa é pouso.

Pauso para a pausa chegar em mim.

Pauso todos os barulhos do mundo,
Embora todos eles continuem lá.

As buzinas, os passarinhos,
Os gorjeios, os cacarejos, os gritos, todos os barulhos ainda estão lá… mas não os ouço mais.

Pauso todas as tensões para a pausa chegar.

Pauso os músculos constritos, os dentes semi-cerrados, os ossos endurecidos, a parte que não relaxa…
Pauso tudo isso pra danada da pausa chegar, enfim.

Pauso a postura de forte,
Ereta, erguida, esguia
Olhando ao fronte
Pauso qualquer alerta
Pra verdadeira pausa chegar no meu corpo em forma de ninho.

Pauso a pressa de estar comigo
E dou boas-vindas à boa companhia que sou,
Que sei ser pra mim.

Pauso – e pausarei – todo o resto que for
Para ser pausa aqui dentro,
Nesse balançar de folhas gostoso, mas também doído
Em que pouco a pouco
Eu vejo uma e outra folha caindo
No ritmo do tempo
No tempo da vida
Na vida que só o meu coração conhece.

Pauso.

Pouso.

Como é bom voar de volta pra mim.

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